Preparação do Teste Intermédio: Unidade 2
Postado por Pedro Mota.
UNIDADE 2

Estomas são estruturas localizadas na epiderme das folhas e dos caules e constituídas por duas células em forma de rim, as células guarda, que delimitam uma abertura central, o ostíolo, o qual comunica com um espaço interior, a câmara estomática. Pelos estomas ocorrem as trocas gasosas indispensáveis à realização da fotossíntese e a evaporação de grandes quantidades de água, que se designa transpiração.

Para sua sobrevivência, os seres vivos necessitam de inúmeras substâncias (moléculas e iões) que têm de ser transportados a cada uma das células que os constituem. Os seres vivos simples não necessitam de sistemas de transporte especializados, ao contrário dos organismos mais complexos, como por exemplo as plantas terrestres. Estes organismos desenvolveram para além de um sistema condutor, um sistema radicular que lhes permite absorver água e sais minerais. O sistema condutor é formado por dois tipos de tecidos: xilema e floema. O fluido xilémico é constituído essencialmente por água e sais minerais (seiva bruta), enquanto o fluido floémico, ou seiva elaborada, transporta água, sais minerais e compostos orgânicos sintetizada durante a fotossíntese, principalmente açucares.

Designa-se por translocação quer a circulação de fluidos de célula para célula, quer a circulação entre os órgãos das plantas. O xilema leva a água e sais minerais desde a raiz até ao resto da planta; é constituído por células mortas que possuem paredes espessamente lenhificadas e estão dispostas verticalmente, de topo a topo, desaparecendo as paredes transversais. O floema é constituído por células vivas, de paredes finas, que formam tubos crivosos, e apresentam as paredes transversais perfuradas – placas crivosas – de forma a permitirem a passagem de seiva elaborada, (nutrientes), que transportam desde as folhas até todas as partes da planta.

As raízes têm feixes condutores simples e alternos, isto é, constituídos apenas por um dos tecidos condutores, xilema ou floema, e esses feixes estão colocados alternadamente. O número de feixes condutores é variável.

Os caules têm os feixes condutores duplos e colaterais, pois cada feixe possui xilema e floema e estes tecidos estão colocados lado a lado. O floema situa-se na parte externa do feixe e o xilema na parte interna.

Nas folhas os feixes condutores são duplos e colaterais, estando o xilema voltado para a página superior.

As plantas absorvem a água, contendo sais minerais, que se encontram no solo através do sistema radicular; a absorção faz-se ao longo de toda a raiz, particularmente na zona pilosa, onde existem pêlos radiculares (células epidérmicas com prolongamentos), que aumentam consideravelmente a superfície de absorção. Dentro das células da raiz é maior a concentração de soluto do que no exterior, havendo, pois, maior potencial de água no exterior do que no interior das células epidérmicas. Assim, a água tende a entrar na planta por osmose, movendo-se do exterior para dentro da raiz, até atingir os vasos xilémicos.

A água é absorvida por osmose e também por transporte activo; a maior parte dos minerais é absorvida com gasto de energia, mas também por difusão. A quantidade de água absorvida depende da sua quantidade disponível no solo, do arejamento, da temperatura do solo, da concentração da solução do solo e da taxa de transpiração. A água disponível vai diminuindo à medida que as plantas a vão utilizando; apesar disso, os solos encharcados não são propícios à absorção, uma vez que o sistema respiratório da planta é afectado por estes serem pouco arejados; logo não se forma energia suficiente para o transporte activo. Também as temperaturas baixas e as concentrações elevadas de iões em solução no solo dificultam a absorção; as temperaturas elevadas (moderadamente) facilitam a absorção.

Ao chegarem ao xilema, a água e os sais minerais são transportados até às folhas. Existem duas teorias para explicar este movimento ascendente.

Teoria de pressão radicular

Esta teoria baseia-se no facto de existir uma pressão radicular. A pressão é condicionada pelo transporte de activo de iões que são lançados no xilema, o que provoca uma maior concentração de iões no interior da raiz do que no solo. Origina-se então uma diferença de pressão osmótica que força a entrada de água na raiz e a sua ascensão nos vasos xilémicos. Apesar de importante na condução da água ao xilema, este processo não é suficiente para forçar a água a subir a grandes alturas.

Teoria da tensão-coesão-adesão

Esta teoria explica a ascensão do fluido xilémico do seguinte modo: a água evapora-se das células do mesofilo das folhas, por transpiração, o que provoca uma queda de potencial hídrico. O conteúdo celular torna-se mais concentrado e a água das células do xilema que estão próximas (ou de outras células vizinhas) ocorre às células do mesófilo. As folhas exercem uma força de sucção ao longo da coluna de xilema, designada por tensão. Entre as moléculas de água existe uma forte atracção ou coesão (união de células idênticas); então, sujeitas à tensão, começam a deslocar-se. As moléculas de água arrastam consigo outras moléculas de água, o que resulta numa coluna contínua de água e sais minerais no xilema desde a raiz até às folhas. Para além da coesão, a coluna é também conseguida devido à adesão (atracção e união de moléculas diferentes) das moléculas de água às paredes dos vasos xilémicos, e auxiliada pela acção de capilar deste, que faz a água subir quando se encontra num tubo estreito.

Em todos os animais, as células estão rodeadas por um fluido intersticial, com o qual estabelecem trocas de materiais.

Nos animais mais simples, todas as células estão relativamente próximas do meio externo e o intercâmbio de substâncias realiza-se por difusão simples.

Para ultrapassar algumas dificuldades como o tempo que demoraria a chegada da glicose no intestino ao cérebro se utilizássemos aquele processo, existe órgãos especializados no transporte de substâncias nos organismos:

§ Um fluido circulante (ex. sangue)

§ Um órgão propulsor do sangue (geralmente o coração)

§ Um sistema de vasos ou espaços por onde o fluido circula.

O coração fornece energia para a circulação. O sangue sai do coração pelas artérias. As artérias ramificam-se e distribuem o sangue pelos órgãos ao nível das redes capilares onde ocorre trocas entre o sangue e o fluido intersticial que banha directamente a células, a linfa. As redes de capilares confluem e o sangue regressa ao coração por veias.

Sistema circulatório aberto: Nos insectos o aparelho circulatório é constituído por um vaso dorsal que possui pequenas dilatações na região abdominal (corações), que impulsionam o líquido circulatório para a região anterior do corpo, de onde flúem para cavidades designadas por lacunas. Essas cavidades cheias de líquido estão em contacto com as células do corpo do animal e constituem o hemocélio. As dilatações do vaso dorsal, na região do abdómen, constituem um coração em forma de tubo. Cada dilatação comunica com o exterior por aberturas laterais, os ostíolos. Quando os corações se contraem, os ostíolos fecham e o sangue é bombeado para a parte anterior do corpo, de onde fluí para as lacunas. Quando os corações relaxam, os ostíolos abrem, criando um vácuo no interior do vaso dorsal, que produz uma força de sucção que obriga o líquido a regressar ao coração. Neste tipo de aparelho circulatório o sangue sai do interior dos vasos e mistura-se com o líquido intersticial que circunda as células.

Sistema circulatório fechado: O sangue circula no interior de vasos e é distinto do fluido intersticial. Um ou mais corações bombeiam o sangue para grandes artérias que se ramificam. Ao nível dos capilares ocorrem trocas de materiais, por difusão, entre o sangue e o fluido intersticial que banha as células.

§ Circulação simples há coração com duas concavidades: uma aurícula e um ventrículo. No coração circula apenas sangue venoso. O sangue percorre um trajecto único, passando uma vez pelo coração. Existe nos peixes. O sangue venoso vindo dos diferentes órgãos entra na aurícula. A contracção auricular impele o sangue para o ventrículo, cuja contracção faz progredir o sangue para as brânquias. É nas brânquias que o sangue é arterializado, passando depois à aorta dorsal, que se ramifica pelo corpo todo. Durante a circulação, o sangue passa em duas redes de capilares, uma ao nível das brânquias e outra ao nível dos diferentes órgãos. A pressão sanguínea diminui quando o sangue passa pelos capilares das brânquias e, consequentemente, o sangue arterial que se dirige das brânquias para os outros órgãos flui mais lentamente sob baixa pressão

§ Circulação dupla incompleta há Coração com três concavidades: duas aurículas e um ventrículo. O sangue percorre dois trajectos diferentes, passando duas vezes pelo coração. Há mistura parcial de sangue venoso e arterial no ventrículo. Existe nos anfíbios. Na aurícula direita entra sangue venoso vindo dos diferentes órgãos e na aurícula esquerda entra sangue arterial que regressa aos pulmões. Por contracção das aurículas, o sangue passa para o único ventrículo. Os anfíbios como têm circulação dupla apresentam: circulação pulmonar (o sangue sai do ventrículo, vai aos pulmões, onde é oxigenado, regressando à aurícula esquerda pelas veias pulmonares – PEQUENA CIRCULAÇÃO) e circulação sistémica (o sangue sai do ventrículo e dirige-se para todos os órgãos, regressando venoso à aurícula direita – GRANDE CIRCULAÇÃO)

§ Circulação dupla e completa há Coração com quatro concavidades: 2ventrículos e 2 aurículas. O sangue percorre dois trajectos diferentes, passando duas vezes pelo coração. Não há mistura de sangue venoso e arterial. Existe nas aves e nos mamíferos. A função do coração é gerar pressão, que condiciona o fluxo sanguíneo através dos vasos. As válvulas que nele existem determinam o sentido do fluxo sanguíneo, evitando o retrocesso do sangue no sistema. Os movimentos rítmicos de contracção e de relaxamento do coração, sístole e diástole, respectivamente, provocam diferenças de pressão responsáveis pela circulação do sangue.

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