Diário de Aula #19 - Osmorregulação
Postado por Pedro Mota.

Osmorregulação é o conjunto de mecanismos pelos quais são controladas as concentrações de água e de solutos, ou seja, os valores da pressão osmótica do meio interno.
Animais Osmoconformantes são aqueles que estão em equilíbrio osmótico com a água do mar porque a concentração do meio interno varia com as variações de concentração do meio envolvente.
Animais osmorreguladores são aqueles que têm a capacidade de controlar a concentração de água e de solutos, ou seja, de controlar a pressão osmótica do meio interno face às variações de composição do meio externo.

O ambiente marinho é hipertónico em relação aos fluidos internos, uma vez que apresenta uma salinidade superior à concentração de sais do meio interno dos animais. Nestas circunstâncias, os organismos tendem a perder água por osmose e a ganhar sais por difusão. Os seus mecanismos homeostáticos garantem-lhes a retenção da água e a libertação de sais
Em ambientes de água doce apresentam uma salinidade inferior à concentração de sais do meio interno dos animais. Nesses meios hipotónicos, os animais tendem a absorver água por osmose através das brânquias e a perder sais por difusão.

Nos animais terrestres, sujeitos a uma grande tendência para a perda de água, com consequente desequilíbrio osmótico, a osmorregulação está essencialmente ligada ao equilíbrio hídrico dos organismos.

O sistema excretor da minhoca encontra-se disperso de forma regular pelo corpo do animal, possuindo cada anel do corpo um par de canais excretores. Estes canais abrem directamente na cavidade corporal, onde ocorre a filtração do líquido ai existente. Ao longo desse tubo ocorre a reabsorção. Para a rede de capilares que o rodeiam, de algumas substâncias infiltradas inicialmente. O material não reabsorvido é eliminado através de um poro excretor aberto na superfície externa do animal. A abundância de água no habitat destes animais conduz à entrada de água por osmose através da superfície do animal, obrigando à sua eliminação sob a forma de uma urina abundante e hipotónica.



Nos insectos, os tubos de Malpigui desempenham o papel de órgãos excretores. Estas estruturas estão ligadas à porção posterior do intestino, estando as extremidades opostas mergulhadas no hemocélio. A filtração ocorre através da parede desses tubos, sendo o filtrado lançado no intestino e conduzido para o recto. Nesse local ocorre a reabsorção de iões e água, sendo a urina, muito concentrada e de consistência pastosa, eliminada juntamente com as fezes. O sistema excretor dos insectos, ao permitir uma grande redução nas perdas de água, constitui um elemento de grande importância na adaptação ao ambiente terrestre.



Nos vertebrados, a função de osmorregulação é desempenhada pelos rins, que também acumulam a função de excreção.
A formação da urina ao nível do nefrónio (unidades funcionais tubulares integradas nos rins) envolve:




  • Filtração: ocorre na cápsula de Bowman devido à existência de uma elevada pressão sanguínea na rede capilar do glomérulo. Da filtração resulta a formação do filtrado glomerular, cuja composição é semelhante ao plasma, com excepção das proteínas e dos lipidos que não são filtrados.


  • Reabsorção: ao longo do nefrónio e também do tubo colector, onde abrem vários nefrónios, é feita uma reabsorção para a corrente sanguínea de substâncias úteis ao organismo. Essa reabsorção pode ser total ou parcial, podendo ocorrer que por difusão quer por transporte activo.


  • Secreção: No tubo contornado distal e no tubo colector pode ocorrer a secreção activa de certos iões a partir do plasma sanguíneo para a urina.

Acção da hormona ADH na osmorregulação

As trocas que ocorrem entre o interior dos nefrónios e o plasma sanguíneo são determinadas por diferenças de pressão osmótica entre esses meios e por variações da permeabilidade da membrana desses tubos. A hormona ADH (hormona antidiurética) desempenha um papel fundamental na regulação dessas trocas, influenciando a permeabilidade das membranas dos tubos.

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