Trabalho: Banco de Genes
Postado por Pedro Mota.
Calcula-se que 95% das espécies que já existiram na Terra desapareceram. Esse processo acontecia a um ritmo de, aproximadamente, uma espécie extinta a cada 13 meses. Actualmente são cerca de 13 a desaparecem por dia. Mas, com todo o desenvolvimento de tecnologias e da genética, será possível, num futuro próximo, trazer ao Mundo espécies já extintas, ou evitar a extinção de muitas?

Em todo o mundo existe uma imensa extensão de espécies que fazem da Terra um planeta ainda mais único. A diversidade biológica é a chave para a manutenção da vida tal como a conhecemos hoje. A manutenção de uma espécie depende, portanto, da existência de outras. Mas esta diversidade biológica poderá ter os dias contados, dado que o ritmo ao qual espécies desaparecem da face da Terra é alucinante.

Mas já que de espécies falo, é importante referir que todas elas possuem DNA e todos os organismos são constituídos por células que, por sua vez, provêm de outras células.

E o DNA o que é? Poder-se-á dizer que “ele” é o suporte da informação biológica, onde se encontram “escritas” as características de cada organismo, mas temos neste ácido nucleico algo bem mais complexo do que uma tentativa simples de definição. Os nucleótidos, monómeros do DNA, são compostos ricos em energia e que auxiliam os processos metabólicos. Mas é também ao DNA que podemos associar os genes, que se traduzem em segmentos deste ácido nucleico com uma certa SEQUÊNCIA NUCLEOTÍDICA, que define as características de um indivíduo. Cada ser vivo possui, portanto, o seu próprio padrão genético, algo que o identifica e o torna diferente dos demais. Mas esse mesmo indivíduo poderá transmitir algumas das suas características aos seus descendentes. E, se de hereditariedade falarmos, teremos de obrigatoriamente nos focar nos genes. Este termo, criado pelo dinamarquês Wilhelm Johannsen, pode ser facilmente designado por “unidade fundamental da hereditariedade”.

MAS DE QUE FORMA PODERÁ SER POSSÍVEL VOLTAR A DAR VIDA A ESPÉCIES QUE JÁ ANTERIORMENTE POVOARAM ESTE PLANETA, OU A OUTRAS CUJO RISCO DE EXTINÇÃO É EMINENTE?

Cientistas por todo o Mundo defendem que a resposta está nos bancos de genes. Um BANCO DE GENES de uma espécie ou de uma população é um conjunto completo de alelos, isto é, uma das várias formas alternativas do mesmo gene, que podem ser encontrados no material genético de cada um dos organismos vivos de tal espécie ou população.

Todavia, “banco de genes” não e um conceito novo. Mas hoje em dia é já notório o armazenamento de diversos materiais biológicos de plantas e de certos animais, de modo a tentar garantir a sua manutenção.

Citando um exemplo dado por Richard Dawkins, afamado biólogo evolutivo, “O "banco genético" dos chimpanzés está isolado do "banco genético" do homem porque não há circulação dos genes de uma espécie para a outra. Por isso, os genes do homem não competem com os do chimpanzé.” Podemos assim, mais uma vez, confirmar que cada espécie possui o seu próprio banco de genes.

Tiradas todas estas conclusões e sublinho que por serem conjuntos completos de alelos, o armazenamento dos bancos de genes poderão então ser importantes auxílios no que toca à preservação da diversidade genética, constituindo assim, verdadeiros “arquivos vivos”, a que porventura se poderá recorrer em casos extremos, como é o caso de uma extinção em risco de acontecer.

Porém, os “contras” também marcam lugar nesta abordagem. Se, por um lado, se levantam problemas legais no que toca aos bancos de genes, uma vez que toda esta iniciativa poderá ser, por exemplo, usada para fins económicos, os problemas morais também constituem um paradoxo.

No entanto, continua a existir um movimento de apoio à criação de um banco de genes geral, que englobe amostras de uma grande variedade de espécies em vias de extinção, de modo a que num futuro, distante ou não, em que haja toda a tecnologia necessária, essas mesmas espécies possam ser “renascidas”.

É claro que o Homem não tem, pelo menos para já, a tecnologia suficiente para trazer de volta ao mundo espécies já há muito extintas, mas o cenário do filme “Parque Jurássico”, em que o ser humano conseguiu trazer os dinossáurios de volta à vida, já esteve bem mais longe de poder, na realidade, acontecer.

A genética, a ciência dos genes, da hereditariedade e da variação dos organismos, foi, ao longo dos tempos, sofrendo um progressivo desenvolvimento que provocou um maior conhecimento sobre nós mesmos e daquilo de que somos feitos.

O futuro é incerto. Não podemos afirmar com certezas que os Bancos de Genes serão, ou não, devidamente utilizados, mas no presente sabemos que a sua utilidade poderá, à partida, salvar espécies.

"A ciência não pode prever o que vai acontecer. Só pode prever a probabilidade de algo acontecer."

César Lattes



Anonymous Anónimo escreveu...
Gostaria de saber se há diferença entre Banco Genético e Banco de genes.. Exemplo, se no primeiro há uma reserva do material genético e no segundo apenas o mapeamento.
18 de setembro de 2013 às 20:15