Sismo no Haiti!
Postado por Pedro Mota.



"Um sismo de 7.0 rasgou o coração do país mais pobre do hemisfério ocidental e a ajuda humanitária terá de ser massiva. Informação oficial das baixas: "Bastante mais de 100 mil mortos". Entre os portugueses há pelo menos um ferido, com uma perna fracturada.

"Andar na rua é caminhar sobre cadáveres. O meu país deixou de existir" - e Elisabeth calou-se. René, o marido, socorreu-a: "O Parlamento ruiu, o hospital central ruiu, prisões ruíram, escolas ficaram reduzidas a restos de pó. Há escolas cheias de cadáveres..." - e depois também René emudeceu.

Elisabeth e René Préval, primeira-dama e presidente do Haiti, olhavam de frente a catástrofe: o Palácio Presidencial, conhecido como Casa Branca, aluiu, as colunas quebradas, todo ele amochou como papel. "Imagem agora como ficaram as nossas pobres casas", comentou Jean-Baptiste, da Cruz Vermelha haitiana: "É inimaginável. Há demasiadas pessoas a precisar de ajuda. Temos falta de tudo, até de sacos de mortos".

A catástrofe é um número: 7.0, escala de Richter (vai até 10.0, valor extremo nunca registado), um sismo que abanou toda a Hispaniola, ilha caribenha partilhada pelo Haiti e República Dominicana. Foi anteontem, às 16.53 horas (21.53 em Portugal), 15km a oeste de Port-au--Prince. O tremor estendeu-se a tudo à volta, Cuba, Jamaica, Porto Rico, Bahamas, mas o pior é no epicentro e o epicentro é isto: Port-au--Prince, cidade planificada nos anos 1950 para 250 mil pessoas; hoje é habitada por mais de três milhões.

É o número desesperado da Cruz Vermelha Internacional, que pede "ajuda massiva": três milhões afectados pelo sismo, o mais grave da história do país mais pobre do hemisfério ocidental. O número de mortos, com milhares de desaparecidos, soterrados, é incalculável. "Não sabemos quantos de nós pereceram. Falaram em 50 mil", disse o presidente Préval. Jean-Max Bellerive, primeiro-ministro, apontara estimativa pior: 100 mil.

Português fractura uma perna

Segundo a Secretaria das Comunidades Portuguesas, há 12 cidadãos nacionais na ilha. "Os contactos têm sido impossíveis", disse fonte consular, que já conseguiu, no entanto, localizar três. Um deles é Mariana Palavra, jornalista ao serviço da ONU. "Ela está bem, embora assustada", contou um amigo ao JN. Há também um funcionário da Organização Internacional das Migrações, Nuno Nunes, e um operário de uma multinacional em Port--au-Prince, de 55 anos. O JN apurou entretanto que este português ficou ferido. "Não conseguimos falar para lá, mas disseram-nos que partiu uma perna", disse um familiar. "Tirando isso, está bem"."

A terra tremeu! Mais um grande desastre abalou o Haiti, em particular, e o Mundo, em geral.
A natureza tem um total poder de destruição que da capital do país só restam as ruínas e os inúmeros cadáveres amontuados pelas estradas.
Os sismos são dos fenómenos mais destruídores que a Natureza detém, e é numa situação como esta que vemos que nós, homens, somos simplesmente incapazes de lhe fazer frente.
As vítimas são às centenas de milhar, mas isto é apenas um balanço provisório, já que, infelizmente, a cada dia que passa, o número elevar-se-á.
Resta os meus votos de solidariedade para com todas as pessoas vítimas desta catástrofe e as suas respectivas famílias. :/